Diga meu nome

Meu nome não é Beatriz,
fui lá e venci: acadêmica, eles disseram pra mim: seu lugar não é aqui.

Meu nome não é Lelia
Mais uma esquecida, explorada e reprimida.

Meu nome não  é Dandara,
Líder negada, adolescente apedrajada, travesti linchada.

Meu nome não é Louise,
silenciada e morta pelo machismo.

Meu nome não é Mariza
morta por uma coronhada  da ao defender meus filhos, causa: aneurisma

Meu nome não é Tatiane,
Presa, julgada e condenada pela morte de meu filho assassinado pelo "pai". Eles disseram: porque você não previu?"

Meu nome é Maiara,
a preta de quebrada, a estatística ditada
Corpo violado há quatro anos eles falam: e o projetinho em casa, quem cuida?
Abre as pernas e fecha a boca... Não, minto, abre, parece de veludo... Engole!

Engole os quatro tiros na cabeça
Engole os cinco corpos atrás do muro,
Engole quando eles disseram: a milicia vai voltar
Engole o choro a cada 23 minutos

Engole, preta, puta, mucama!
Teu lugar é na cama
Universidade?
Mata em sua mãe, o desejo de ver sua filha graduada.
Melhor, mata não, porque preto não morre...
desaparece.

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