carta para Maria

Te escrevi cartas, algumas tolas, outras nem tanto. Algumas cheguei a realmente pensar em te enviar, mas a maioria se dissiparam nas lágrimas. Ah, como escrevi e como chorei. Muitas vezes de tristeza, outras de alegria e boa parte só pelas lembranças -vividas ou não.
Te escrevi centenas de planos. Sobre o meu desejo -tolo, eu sei - em envelhecermos na cadeira de balanço, ouvindo nossos netos ao fundo brindarem a leveza da vida. Te escrevi sobre meus medos, traumas, dramas (essas cartas foram curtas, não queria te levar tristeza). Mas sempre te escrevi sobre o que eu faria para que fosse feliz, mesmo que tu, meu tão objeto amado, só encontrasse a felicidade longe de meus olhos. Sim, deixaria de fazer muitas dessas loucuras de amor, por te amar em demasia.
Te escrevi sobre a saudade, sobre as minhas falhas e o quanto doía sua ausência. Mas o que ficou faltando te escrever e, que é com toda a força e relutância que o faço, é adeus. Me despedir jamais esteve nos meus planos, em meus sentimentos. Despedida nunca foi meu forte. Mas, o que não fazemos por amor?!
Então hoje, nessa última carta, a que finalmente te envio, te digo fracamente, quase inaudível...
Adeus,meu grande e eterno amor.
Te espero na próxima existência.

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